Exposição fotográfica
Fragmento da História de MS é aberta ao público no saguão da Prefeitura de
Ponta Porã
Ponta Porã
recebe a Exposição Cia Matte Laranjeira – Fragmentos da História de MS, que
será aberta ao público nesta sexta-feira, a partir das 08 horas no saguão do
segundo piso da Prefeitura Municipal de Ponta Porã.
A mostra
reúne fotografias e documentos históricos que revelam o que a Companhia
representou neste ciclo histórico da erva mate do Estado. Parte do acervo
documental e de imagens da Companhia Matte Larangeira é mantido pelo Arquivo
Público Estadual, unidade da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul
responsável pela catalogação e guarda de documentos históricos do Estado de MS.
O ciclo da erva mate foi um importante
movimento econômico da região sul de Mato Grosso que viria a se tornar o Estado
de Mato Grosso do Sul. Este movimento se deu pela instalação da Companhia Matte
Larangeira e teve inicio por volta de 1890. A exposição recupera parte deste
momento histórico.
A Exposição Cia Matte Laranjeira é realizada
pelo Arquivo Público Estadual, Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul,
Governo do Estado e apoio da Prefeitura de Ponta Porã, através da FUNCESPP - Fundação de Cultura e Esporte de Ponta Porã.
Matte Laranjeira
O Decreto Imperial nº 8799, de 9 de dezembro
de 1882, autorizava a Larangeira a explorar a erva-mate nativa, por um período
inicial de dez anos. Thomaz Larangeira funda a Empresa Matte Larangeira a
partir desta concessão imperial. Ele trouxe do sul do País fazendeiros que
conheciam o manejo da erva-mate. Também foram utilizadas a mão de obra de
índios da região e de paraguaios, iniciando assim o ciclo de produção da
erva-mate.
Com
a proclamação da república a área de concessão é, sucessivamente, ampliada,
sempre com o apoio de políticos influentes, como Joaquim Murtinho, Manuel José
Murtinho e General Antônio Maria Coelho. Em 1890 começa o monopólio na
exploração da erva-mate.
Em
1892 a empresa passa a se denominar Companhia Matte Larangeira, sendo obrigada
a transferir a sua sede para o território de Mato Grosso. Neste mesmo ano a
Companhia comprou a Fazenda Três Barras, de Boaventura da Mota, à margem
esquerda do rio Paraguai, e construiu um porto para exportação de erva-mate
cancheada. Esse porto foi nomeado de Porto Murtinho, pelo superintendente do
Banco Rio e Mato Grosso dr. Antônio Corrêa da Costa, em homenagem a Joaquim
Murtinho.
A
atividade gerava muito lucro estimulando o aumento da exportação. Em 1900, a
região teve grande desenvolvimento graças à Companhia Matte Larangeira, de onde
passou a embarcar chá para a Argentina. A erva-mate atingiu grandes centros
urbanos como Assunção (Paraguai), Buenos Aires (Argentina) chegando até a Inglaterra
e França.
A
Companhia utilizou ao longo da sua historia mão de obra indígena,
principalmente das etnias Kaiowá e Guarani. Mesmo com o início da demarcação
das reservas indígenas ocorrida em 1915 na região de Amambai, o espaço
geográfico ocupado pelos índios e pela Cia Matte Larangeira era o mesmo, sendo
intensa a utilização da mão de obra indígena na exploração de erva-mate,
inclusive eram agenciados pelo Serviço de Proteção aos Índios.
Entre
1915 a 1928 reservas indígenas foram demarcadas pelo governo federal no Estado
de Mato Grosso (atual Mato Grosso do Sul), devido aos deslocamentos que essas
comunidades sofreram em função dos interesses da Companhia. O domínio da
Companhia segue até 1943, quando Getúlio Vargas assume o poder, criando os
Territórios de Ponta Porã e Iguaçu, anulando a concessão.
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